O que é o Panorama Social

Padrões de pensamento social e a transformação do comportamento social inconsciente



Já Korzybski dizia:
Não é o mundo que cria problemas psíquicos nas pessoas. É sim a maneira como as pessoas representam o mundo! O desenvolvimento pessoal, a psicoterapia e o coaching, tanto individual como para organizações, devem ter pois como fim a transformação da imagem do mundo do cliente.


O Panorama Social não vem da América. É finalmente uma criação genuína nascida no solo europeu por um tal psicólogo formado em psicologia social, Lucas Derks, que está trabalhando com colegas da Alemanha, Finlândia, Holanda, Polónia. É um resultado de investigação e modelagem, do desenvolvimento e da aplicação da Programação NeuroLinguística (PNL) e não é uma aplicação qualquer. É sim, como o confimam queles que já tiveram o privilégio de experimentar o impacto do Panorama Social e da Programação NeuroLinguística, uma aplicação da PNL a 100%.

A pergunta tanto em PNL como no Panorama Social é a mesma:
- como se pode transformar rapidamente a maneira como eu mesmo ou o cliente representa o mundo, como transformar a forma como nos representamos a nós mesmos e nos representamos na nossa relação com os outros, de modo a realizarmos mais facilmente os nossos objectivos e alcançarmos um alto grau de satisfação pessoal?


A resposta mais imediata do Panorama Social está inserida no pressuposto:
- a localização de mim e do outro que inconscientemente é projectada no meu espaço mental de 360º a 3 dimensões, determina a minha relação com o outro.


Desde os anos 70 que a PNL fornece os meios para finalmente podermos explorar esta relação que se processa ao nível do inconsciente. O Panorama Social explicita e dá um passo ainda maior na exploração e transformação destas relações. Muitos dos problemas psicológicos fundamentais que experimentamos no momento actual, têm a ver com a posição mental da mãe ou do pai, muitas vezes do irmão ou da irmã, do avô ou avó, do namorado ou namorada, do companheiro(a), do patrão, do chefe e até dos antepassados. Tem a ver sobretudo, com a nossa localização em relação a eles.

Ora as técnicas da PNL e do Panorama Social em particular, têm como fim, literalmente, reajustar posições de modo que nos ajudem a uma vivência tal, que possamos afirmar que a vida vale mesmo a pena ser vivida. A intervenção mais simples e rápida em coaching, terapia ou qualquer sessão de auto-desenvolvimento, pode muito bem consistir, muitas vezes, numa simples sugestão directa: uma simples mudança de localização! Imagine no seu panorama mental, algo que até agora oferece dúvidas ou provoca certo desconforto,  colocado repentinamente noutra posição mental. Muito possivelmente o mesmo facto passou, num décimo de segundo, a ter outro significado.


Pessoas experientes com PNL conhecem o efeito imediato do distanciamento, deslocação, redução de tamanho e abaixamento posicional dum “agressor” ou duma qualquer outra figura menos simpática das nossas relações. Mas até agora, que eu saiba, nunca foi explorado o espaço mental da experiência social subjectiva a 3 dimensões como Lucas Derks o fez – é a este espaço mental da experiência social que chamamos “Panorama Social”.


O Panorama Social é povoado por “personificações”. De forma inconsciente criamos estruturas de pensamento sobre os outros e damos a essas estruturas um lugar no disco rígido do nosso computador cerebral. A partir daí o outro passou para sempre a povoar a nossa vida. Delete é impossível. Trata-se duma imagem a que atribuímos determinadas sensações e características. Quando vimos o outro, a imagem que criámos do outro é activada. A nossa reacção ao outro está em correlação directa com a imagem que fazemos do outro, da personificação do outro, e da personificação que faço de mim. E o outro faz o mesmo. Personificar é, pois, criar uma imagem de mim e do outro, pessoa ou objecto, com características humanas: dar à personificação do outro um lugar na minha memória, um lugar em relação a mim.

A localização é a base da existência. Se eu ou o outro não tem um lugar no meu espaço mental, então não existe.


“Fantasmas” existem simplesmente pelo facto de que têm lugar na nossa mente. No fundo a discussão sobre a existência ou não de “fantasmas” já podia estar fechada. O importante é como os “fantasmas” funcionam. Estão ou não ao nosso serviço? E como é que os pomos ao nosso serviço no nosso Panorama Social ou no nosso “Panorama Espiritual”? Estas são, neste contexto, as perguntas pertinentes.

Quais são os padrões específicos que determinam a minha auto-imagem? Como posso fortalecer o meu Eu? Como posso deslocar as imagens negativas de mim para outro lugar da minha Paisagem Social Mental, de modo que a negatividade seja atenuada? Que recursos tenho ao meu dispor para oferecer àquela imagem ainda fraquinha de mim, naquele canto obscuro do meu panorama mental? E no momento em que, por exemplo, desloco ou, se isso não for suficiente, ofereço a essa imagem os recursos de que precisa, a auto-imagem muito possivelmente desloca-se automaticamente na paisagem mental a 3 dimensões e, se calhar, de repente cresce e adquire até nova cor.

Como construímos o poder e a autoridade? Qual é o segredo da autoridade que podemos ter sobre os outros? Ou como damos autoridade aos outros? O pressuposto básico em questões de poder e autoridade é precisamente que a “representação domina a interacção”. Não há ninguém que tenha poder sobre nós se não tivermos colocado, de antemão, a personificação numa posição privilegiada de poder no nosso Panorama Social. A posição em que colocámos a personificação do outro no nosso panorama, domina a imagem que temos de nós. É este o segredo da autoridade e do poder de mim e dos outros.


E o que fazemos com pessoas, fazemos com grupos. Como personificamos grupos? Com que atributos? Atribuímos à personificação do grupo, no nosso Panorama Social, todos os atributos que consideramos humanos? Todos os atributos são importantes, mas no nosso Panorama Social há um local especial para grupos privilegiados e há um lugar específico para os adversários. Desloque, se ainda os tem, os supostos adversários para o lugar dos socialmente agradáveis, faça um cocktail e, muito possivelmente, descobrirá que o mundo pode ser ainda mais agradável do que até agora supunha. Cuidado, sempre, com a ecologia pessoal!


A base da nossa personalidade reside muito provavelmente na maneira como o Panorama Familiar está organizado num determinado período da vida. O Panorama Familiar forma uma das mais poderosas bases para uma transformação radical. Oferece, duma forma altamente eficiente, uma versão alternativa, pura e simples, da PNL, para as surpreendentes Constelações Familiares de Hellinger, com uma grande vantagem, sem a necessidade de ter que recorrer a representantes nem a explicações esotéricas.

Acima do Panorama Social Mental situa-se o nosso Panorama Espiritual, povoado por defuntos, anjos, deuses, fantasmas, etc.. A deslocação duma pessoa falecida para uma localização mais pacífica no Panorama Espiritual, pode ter uma influência altamente benéfica em problemas relacionados com luto.



O Panorama Social pode ser empregue ainda em formação, em teambuilding e em organizações. Muitos dos problemas dentro de organizações têm a ver com as representações que os membros da organização têm de si mesmo e dos outros. Não é provável uma transformação sólida duma organização sem transformar o Panorama Social dos seus membros.


Tal como toda a PNL, o Panorama Social é um modelo que não tem pretensão de Verdade. Parte unicamente de pressupostos, mini-teorias que se afiguram muito úteis na prática. Um dos pressupostos que tem levado a muitas especulações metafísicas em intervenções noutras disciplinas, é o pressuposto do efeito que a transformação individual tem nos outros (a chamada mudança à distância). Se  no nosso Panorama Social modificamos a personificação do outro, isso terá inevitavelmente consequências no nosso comportamento verbal e não-verbal que será certamente apercebido pelo inconsciente do outro. A directa consequência será que muito possivelmente o outro modificará de forma automática a sua atitude...


J.F.